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quarta-feira, janeiro 25, 2006

O Herói


Quinta-feira, 26 de Janeiro no Cine Teatro de Estarreja pelas 21:30, estará em exibição o filme do realizador angolano Zézé Gamboa - O Herói.

Zézé Gamboa nasceu em Luanda em 1955, mas a sua infancia foi repartida entre a capital angolana e o Lobito.
De 1974 a 1980 realizador do Telejornal e dos programas de Informação da Televisão Angola (TPA). 1984 obteve o diploma de engenheiro de som na Néciphone (Som), sob a direcção de Antoine Bonfanti, em Paris.
Participou como engenheiro de som em inúmeras produções
cinematográficas.
Actualmente a viver em Lisboa, Zézé Gamboa ganha com este filme 10 premios internacionais, considerado pelo (IACAM) um dos melhores filmes angolanos pós-independência.


Resumo do filme:

Um país, uma cidade, um homem e a memória da guerra.
Vitório pisa uma mina, perde a perna e é desmobilizado do Exército angolano. Nas ruas de Luanda, vai descobrir que a guerra continua e se trava em cada esquina.
Com Joana, sonha com um amor impossível. Com Judite, reencontra a sua condição humana. Com Manu, inventa uma família possível.

Primeiro filme não-americano, a ser premiado com o Grande Prémio do Júri no Festival Sundance (EUA), em 2005, é uma co-produção com Portugal e conta no seu elenco com actores portugueses, do Senegal e Brasil, reflecte na sua trama a fragmentação de vidas e o desgarre humano que Angola actualmente vive.

Nele podemos ver seres profundamente fragilizados e traumatizados pelas consequências directas da guerra – a criança orfã, o mutilado, a prostituta – reconquistarem a pouco e pouco a sua dignidade e o seu espaço de intervenção, explorando novas formas de convivência afectiva, numa lenta reconstituição do tecido social que a guerra havia estilhaçado.
Para mérito dos seus autores, a difícil reinvenção da célula familiar, base de toda a sociedade, é uma justa metáfora da dolorosa reconstrução do país e da busca de harmonia há muito perdida. A mensagem optimista do filme parece assim querer dizer-nos que se até os mais excluídos dos excluídos, vivendo quase à beira da abjecção, conseguem refazer as suas vidas, não há razão para que não vingue também a reconciliação e se consolide a paz alcançada depois de mais de 40 anos de guerras praticamente ininterruptas.
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