Referendo Nacional 1ºs comentários

Resultados nacionais (clicar na imagem para aumentar)

Resultados da Freguesia de Beduído (clicar na imagem para aumentar), fonte RTP.

A minha 1ª modesta observação sobre o acto eleitoral que hoje aconteceu vai para a abstenção, uma decepção, pela enorme derrota das pessoas que não querem saber, que maioritariamente por preguiça e por acomodação não foram votar.
Esta é a realidade do País, todos estes que fazem parte da abstenção quer nesta quer em anteriores eleições não estão para aí virados, normalmente sendo os 1ºs a criticar de viva voz, a terem opinião acesa em conversas de café sobre os destinos da nação, julgando ser mais importante o fala que fala de café e na altura certa de demonstrarem as suas ideias nem forças têm para assinalar uma cruz no boletim de voto. Vergonhoso.

Na minha opinião deveria ser obrigatório a apresentação na mesa de voto de todos os cidadãos nacionais incluindo os emigrantes legalizados em Portugal, salvo por motivo legitimamente justificado. Penso que uma simples Coima seria o suficiente para que acabe a abstenção tornando assim mais digno e participativo o acto eleitoral.

Depois e sendo a vitória do SIM esmagadoramente maioritária a nível nacional vejo aqui uma grande vontade de mudar as mentalidades.

Sem ser Sociólogo, não é difícil tirar algumas conclusões sobre as diferenças de voto dos Distritos considerados desenvolvidos dos Distritos do interior do País em que se nota uma enorme diferença de mentalidades e formas de pensar, ou seja o problema Cultural e Intelectual do País cava cada vez mais um enorme fosso entre Distritos isolados e mal esclarecidos dos que de certa forma têm uma maior facilidade de abertura intelectual e cultural por variados motivos.

Hoje Portugal demonstrou claramente o que pensa, felizmente e finalmente parece que a influência da igreja católica perdeu a sua força, digo felizmente, por achar que há muitos assuntos como é este o caso em que nem sequer deveria a igreja meter-se ou sequer pretender influenciar os Cidadãos principalmente com ameças medievais que partiram obviamente de Padres com mentalidades medievais também, não estou a ver-me mudar a minha opinião de voto só porque um padre que fala asxim dizer que não irei para o céu. A igreja tem aqui o resultado de que o seu âmbito é o da FÉ e nada mais, até porque cada vez mais as pessoas informadas pensam pelas suas cabeças e não pelas dos Padres, nada tenho contra a Igreja ou a sua opinião sobre qualquer assunto, respeito, assim como exijo que respeitem todos os que pensam de forma diferente sem pseudo ameaças do tempo dos Reis e dos Castelos.
Como já o disse ninguém irá ser obrigado a Abortar, muito pelo contrário, será demonstrado que os números do aborto real em Portugal irão baixar, espero agora deixar de ouvir notícias insólitas de mulheres que depois de darem à Luz abandonam seres recém-nascidos nos caixotes do lixo.

A questão essencial que era sobre a Lei foi entendida pelos Portugueses, apesar do obscurantismo e confusão lançada por organizações obscuras e ligadas a forças estranhas que nem percebo bem quem são e que defendiam o Não.

Novas questões surgirão agora. Uma das questões que levanto ultrapassada a questão da criminalização que nenhum sentido fazia num País civilizado é esta, num País onde não existem Dentistas, Ginecologistas, e muitas outras especialidades importantíssimas em número sequer significativo no serviço nacional de Saúde como irá o Governo descalçar a Bota de ter de patrocinar a intervenção assim como o acompanhamento psicológico da mulher que decide abortar?

Não sei, o que tenho a certeza é que não podemos agora deixar que o negócio das clínicas clandestinas ou Espanholas se torne num negócio legal e lucrativo para empresários se encherem às custas do Estado e da falta de respostas deste.
A ver Vamos.

O que realmente é certo é que se deu hoje um enorme passo descriminalizando um acto que ninguém concorda mas que existe.

Outra questão que ouvi várias vezes os defensores do não defenderem incluindo muitos ligados à igreja, é a questão da educação Sexual, a ver vamos quem vão ser os primeiros a fazer oposição quando isto for para a frente de forma obrigatória nas escolas fazendo parte dos programas pedagógicos.

Virá agora ou pelo menos deveria, a Igreja defender o uso da contracepção?

É que se até agora defenderam que a vida se inicia na fecundação, não conheço outra forma de a evitar, não podemos todos ser padres e recusar a sexualidade, mesmo estes deveria a igreja pensar que são Homens como todos os outros com direito a uma sexualidade normal sem o terem de esconder .

Como muitas vezes tenho lido e é certo, não dá aulas de condução o cego, nem de música o surdo, porque raio haverá de dar o Padre conselhos matrimoniais?