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sábado, janeiro 19, 2008

Fotografias de Estarreja | João Vidal Lemos

"Fotografias de Estarreja" é o título do mais recente trabalho do
fotógrafo João Vidal Lemos a visitar na Casa da Cultura de Estarreja
de 17 de Janeiro a 15 de Fevereiro.
A exposição inaugura dia 17 de Janeiro pelas 18:00 horas, inserida na
Comemoração do 3º Aniversário da elevação de Estarreja a Cidade.

Casa da Cultura: Segunda a Sexta: 09:00 – 12:30; 13:30 – 17:00
Telefone 234840600

Aqui ficam algumas das imagens do trabalho assim como o texto integral que suporta todo o trabalho.
Entretanto e como não pude estar presente na inauguração pelo que desde já me desculpo (mas foi por questões familiares que tive necessidade de me ausentar para terras de sua Magestade), não sei muito bem como está a correr, tenho recebido alguns emails de pessoas que gostaram muito e que desde já agradeço a simpatia e atenção, outros que ainda não foram ver e que me dizem que vão no fim-de-semana pois trabalham. Para estes é com muito embaraço que peço desde já desculpas mas a casa da Cultura da Cidade de Estarreja está Fechada ao fim-de-semana, enfim coisas que não consigo compreender e que muito me envergonham. Mas é assim que é possível, tenham paciência e não vale a pena deslocarem-se de propósito a Estarreja ao fim-de-semana para ver a exposição pois vão bater com o nariz na Porta. Para todos esses amigos e conhecidos peço desculpas pois sei que vinham mesmo, um forte abraço e obrigado fica a intenção.



podem clicar na imagem para aumentar.







Desde os primórdios da Fotografia que se levantam questões sobre a verdade da ‘realidade’ contida na representação fotográfica.
As fotografias que visionamos, mercê de uma encenação prévia do fotografado, no retrato, ou da intervenção do fotógrafo, quer na produção ou selecção do referente, ou do enquadramento na captação de imagens, são indissociáveis de uma narrativa que se gera em torno da própria realidade e ficção do autor.
Como refere António Damásio, a imagem de qualquer objecto pára na retina, não se transfere opticamente para o córtex visual. A presença no cérebro de mapas relacionados com objectos ou acontecimentos é uma das condições necessárias para explicar a emergência de imagens mentais que, graças à nossa imaginação criadora, nos conduz a inventar novas imagens, para simbolizar objectos e acontecimentos, distanciadas das resultantes de um mero espelho óptico.
Não existe, portanto, “grau zero” no nosso olhar, nem imagens em “estado cru”.
A manipulação da fotografia é tão velha quanto a própria existência da Fotografia.
Em 1857 Oscar G. Rejlander combina mais de trinta negativos separados para produzir o quadro final “The Two Ways of Life”.
O termo “Fotomontagem” surge apenas depois da Primeira Guerra Mundial, quando os Dadaistas de Berlim precisaram de um nome para descrever as suas novas técnicas de introduzir as fotografias nos seus trabalhos.
Na história da Fotografia poderíamos referir um infindável número de fotógrafos que manifestamente usaram a fotomontagem. Porém, alguns nomes são incontornáveis como Hannah Höck, John Heartfield, Raoul Hausmann e Alexander Rodchenco, cujas fotomontagens, na primeira metade do sécº XX, marcaram uma intervenção artística de pendor político-social a favor dos valores mais dignos da causa humana e social, contra as perseguições, a xenofobia e a guerra.
Nunca como na actualidade se pôs tanto em causa a ‘realidade’ representada nas imagens fotográficas. Por um lado, pela actual massificação dos meios técnicos digitais de captação e tratamento, por outro, a abertura intelectual e cultural ao mundo global apetrechando-nos de uma cultura visual cada vez mais rica, aprofundada, crítica e indispensável.
Este conjunto de Fotografias de Estarreja equaciona a tensão entre a realidade e ficção representada na relação da fotografia com o que existe à nossa volta, transformando os espaços num jogo imaginário, virtual e hipotético.
A urbe versus ruralidade é aqui fragmentada e fundida numa idealização alternativa. A urbanidade visualiza-se anacrónica. De uma forma ou de outra todos nós somos urbanos, uns porque ocupam as cidades, outros porque apesar de residirem no espaço rural vêem dissolvida a marca relevante que os distingue dos restantes.
O Mundo acelera-se em modificações, sendo capaz de nos surpreender com transformações impensadas.
A verdade nestas representações é a do próprio autor, a contida nas suas Fotografias.


João Vidal Lemos 2008

1 Comments:

  • Quanto ao estar encerrada é mesmo uma vergonha mas não é para si...É para o concelho e em particular para os que tutelam a cultura do burgo.Ao contrário daí aqui está uma belíssima tarde, cheia de sol, há pessoas na praça mas só os cafés estão abertos.Sugiro um abaixo assinado ao Presidente como se fazem para as causas nacionais.
    Até breve.

    By Anonymous Anónimo, at janeiro 20, 2008  

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