O lado errado da noite
A uma semana do referendo e mesmo desconhecendo a opinião de Jorge Palma sobre o assunto arrisco esta letra na esperança que os Portugueses demonstrem no próximo Domingo serem suficientemente inteligentes para perceberem a realidade da pergunta e não embarcarem na pseudo moralista vertente confusa e enganadora dos apoiantes do não.
Vi hoje no telejornal que uma campanha do não usou criancinhas nas ruas de Lisboa pela defesa do não, uma demonstração da hipocrisia global destes movimentos que usam criancinhas sem idade para pensar, que defendem uma causa que nem sequer têm idade para se preocuparem, senão era legitimo que também fossem votar no próximo Domingo, não?
Como reagiriam os apoiantes do não se todas as crianças que são abandonadas, mal tratadas, à espera de uma oportunidade de serem um ser vivo mesmo depois de nascerem invadissem as ruas de Lisboa dizendo "assim não, mais valia não ter nascido, onde estão os seres racionais que defendem os meus direitos"?
Claro que era uma campanha desleal e oportunista, usando seres incapazes de ter opinião sobre o assunto, volto a afirmar senão tinham direito e dever de votar no próximo domingo.
Agora assistir a pseudo adultos de 10 anos em entrevista afirmar por lavagem cerebral que às 10 semanas existe uma vida que merece ter oportunidade de viver, apetece-me perguntar aos pais dessas criancinhas onde estão e o que fazem quando vão às compras e se deparam com uma mãe com 6 ou 7 crianças em sua volta a pedir que lhes comprem um litro de leite?
O que explicam a essas criancinhas nestas alturas?
Nem me atrevo a escrever.
Espero que ao som desta letra os meus visitantes analisem a questão que realmente está em referendo nacional, será legitimo perseguir as mulheres que em desespero recorrem ao aborto clandestino tornando-se criminosas aos olhos da lei?
É que já hoje em dia aos olhos da opinião publica muitos dos apoiantes do não afirmam como já ouvi dizer às portas dos supermercados que para viverem assim mais valia essas criancinhas nunca terem nascido.
No próximo Domingo vamos deixarmo-nos de falsos moralismos e vamos lá votar SIM, não um sim ao aborto, mas um sim à despenalização.
Nenhuma mulher tomará esta decisão de ânimo leve.
Ninguém será obrigado a tomar esta decisão, pelo contrário, será certo que qualquer médico antes de o fazer em condições dignas e de segurança tentará dissuadir a paciente antes de o fazer, ao contrário de qualquer abortadeira de vão de escada que só vê €'s à frente em nome dum acto ilegal e lucrativo esquecendo a dignidade e os motivos de tal acto.
Porque o aborto clandestino e sem condições é uma certeza, vamos dar como certo que a saúde da mulher estará salvaguardada.
Domingo vamos votar Sim no referendo.
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